Seja Bem Vindo!

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Dica de férias

Dica de férias:
10 contos para você ler em menos de 20 minutos
A revista Nova Escola selecionou textos imperdíveis da literatura brasileira e nós repassamos para vocês. Em poucos parágrafos, a história apresenta seu início, meio e fim.
Confira o início de cada conto e eleja uma leitura rápida para suas férias.
Boa leitura!

1 - Bruxas não existem, de Moacyr Scliar
Quando eu  era  garoto,  acreditava  em bruxas,  mulheres  malvadas  que  passavam  o tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços  no  fim  de nossa rua.  Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de "bruxa". (...)


2 - Um problema difícil, de Pedro Bandeira
Era um problema dos grandes. A turminha reuniu-se para discuti-lo e Xexéu voltou para casa preocupado.  Por mais que pensasse, não atinava com uma solução. Afinal, o que poderia ele fazer para resolver aquilo? Era apenas um menino!
Xexéu decidiu falar com o pai e explicar direitinho o que estava acontecendo. (...)


3 - Amplexo, de Marcelo Alencar
Mãe, me dá um amplexo?
A pergunta pega Cinira desprevenida. Antes que possa retrucar, ela nota o dicionário na mão do filho, que completa o pedido:
- E um ósculo também. (...)


4 - Aprendizagem, de Flávio Carneiro
- Mãe, cabelo demora quanto tempo pra crescer? 

- Hã? 
- Se eu cortar meu cabelo hoje, quando é que ele vai crescer de novo? 
- Cabelo está sempre crescendo, Beatriz. É que nem unha. 
A comparação deixa a menina meio confusa. Ela não está preocupada com unhas. (...)



5 - Moinho de Sonhos, de João Anzanello Carrascoza
A  mulher e o menino iam montados no cavalo;  o  homem  ia ao lado, a pé.  Andavam sem  rumo  havia  semanas,  até  que  deram  numa  aldeia  à  beira  de  um rio, onde as oliveiras vicejavam. 
Fizeram uma pausa e, como a gente ali era hospitaleira e a oferta de serviço abundante, resolveram ficar. (...)


6 - Pontos de vista, João Anzanello Carrascoza
Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português quando estourou a discussão.
- Esta história já começou com um erro - disse a Vírgula.
- Ora, por quê? - perguntou o Ponto de Interrogação.
- Deveriam me colocar antes da palavra "quando" - respondeu a Vírgula.
- Concordo!  - disse o Ponto de Exclamação. - O certo seria:  "Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português, quando estourou a discussão". (...)


7 - O caso do espelho, Ricardo Azevedo
Era  um  homem  que  não  sabia  quase  nada.  Morava  longe,  numa  casinha  de sapé esquecida nos cafundós da mata. 
Um  dia,  precisando  ir  à  cidade,  passou  em  frente  a  uma  loja  e  viu  um  espelho pendurado do lado de fora.  O homem  abriu  a boca. Apertou os olhos. Depois gritou, com o espelho nas mãos:
- Mas o que é que o retrato de meu pai está fazendo aqui? (...)


8 - O primeiro beijo, de Clarice Lispector
Os  dois mais  murmuravam  que conversavam:  havia  pouco  iniciara-se  o  namoro  e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem,  acredito  que  sou  a  sua primeira namorada,  fico feliz com isso.  Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:
- Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? - perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer. (...)


9 - Uma vela para Dario, de Dalton Trevisan
Dario  vem  apressado,  guarda-chuva  no braço esquerdo. Assim que dobra a esquina, diminui  o  passo até  parar,  encosta-se a uma parede.  Por  ela  escorrega,  senta-se na calçada, ainda úmida de chuva. Descansa na pedra o cachimbo. 
Dois ou três passantes à sua volta indagam se não está bem. Dario abre a boca, move os lábios, não se ouve resposta. O senhor gordo, de branco, diz que deve sofrer de ataque. (...)


10 - A cartomante, de Machado de Assis
Hamlet  observa  a  Horácio que há mais coisas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia.  Era  a  mesma  explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira  d e novembro de 1869,  quando este ria dela por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras.
- Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: "A senhora gosta de uma pessoa..." Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade... (...)



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